Doze pessoas conseguiram sobreviver ao incêndio em Portugal ao se abrigarem em uma caixa d'água.
Moradores de um vilarejo tomado pelas chamas, incluindo uma mulher deficiente de 95 anos, passaram mais de seis horas aguardando por socorro no tanque.

"Se não fosse por isso, nós teríamos todos morrido", disse um dos sobreviventes.
O incêndio, que atinge a região central Portugal desde o sábado, matou 64 pessoas - muitas delas estavam dentro de veículos que tentavam escapar. Até esta segunda-feira, bombeiros ainda tentavam conter o fogo, que segue se espalhando pela região. Focos foram registrados em duas novas áreas: Castelo Branco e Coimbra.
Maria do Céu Silva foi saudada como heroína depois de usar a caixa d'água da sua casa para abrigar vizinhos em Nodeirinho, vilarejo próximo à rodovia IC8, que foi fortemente atingido pela tragédia.

A ideia, disse Silva, surgiu quando ela tentava salvar sua mãe deficiente.
"Meu marido disse para colocá-la na camionete, mas ela não conseguia entrar sozinha, e me disse: 'Deixe-me morrer aqui'", contou ao jornal português Correio da Manhã. "Com a ajuda do meu filho, conseguimos pegá-la e levá-la para lá".
Seu pai, de 81 anos, também foi abrigado na caixa d'água. O vento era tão forte que os telhados das casas foram levados, afirmou ela. "Foi como um filme de terror."